Foi no dia 22 de abril de 2023, a partir do Cabo das Agulhas, na África do Sul, que Russ Cook (também conhecido por "Hardest Geezer" - em português, "o tipo mais duro") partiu rumo ao ponto mais a norte do continente africano. O britânico só parou no passado domingo (7 de abril), quando chegou à Tunísia, por volta das 20h40 (horário de Lisboa). Terminou assim uma travessia de 16 mil quilómetros percorridos de Sul a Norte de África, passando por tempestades de areia, calor, ferimentos e intoxicações alimentares e até assalto à mão armada. 

O atleta de 27 anos foi relatando toda esta aventura, que durou cerca de um ano, nas suas redes sociais, sendo que é também uma estrela do Youtube, seguida por 197 mil pessoas.

No dia 7 de abril, Russ Cook completou então o equivalente a 385 maratonas em 351 dias, tornando-se assim a primeira pessoa a atravessar todo o continente africano a correr.

A sua paixão pela corrida surgiu após um amigo o encorajar a participar na meia maratona de Brighton, no Reino Unido. Depois, aos 22 anos, decidiu correr da Ásia (Istambul) até Inglaterra (Londres), completando 71 maratonas em 66 dias. Segundo a imprensa britânica, o desporto ajudou-o a lidar com problemas de jogo e álcool. Além da corrida, fez ainda outros desafios como estar enterrado durante uma semana ou correr uma maratona a puxar um carro. 

Ao começar o Projeto África, explicou, através de um dos seus vídeos, o que o motivava: "Sou um tipo completamente normal, por isso se eu consigo fazer isto, espero que as pessoas o apliquem às suas próprias vidas da maneira que entenderem. Para 99% das pessoas, não será atravessar África a correr, mas pode parecer-se com irem atrás dos seus sonhos."

Com este projeto, Russ Cook conseguiu arrecadar mais mais de 574.000 libras (668.730 euros), que irá doar à organização britânica Running Charity, que ajuda os jovens sem-abrigo.

A chegada foi celebrada com uma festa na Tunísia, onde foi recebido por familiares amigos, e em que Russ Cook só tinha um objetivo: beber um daiquiri de morango.

Foto: REUTERS/Zoubeir Souissi