Quando nos encontramos numa fase de impasse no treino e em que o aumento de intensidade e volume já nada acrescentam, sabemos que algo temos de mudar.

Um dos pontos que deve ser levado em conta na nossa evolução da corrida é a avaliação biomecânica da passada. A mesma permite identificar eventuais desvios técnicos que possam vir a provocar, ou estar na origem, da falta de eficiência, e em alguns casos, de lesões desportivas.

Foi-me proposta uma avaliação biomecânica da passada, utilizando o sistema Motionmetrix 3D pelo treinador Sérgio Santos, nas instalações da ONTRISPORTS em Rio Maior. Esta avaliação consiste numa gravação vídeo tridimensional do atleta a correr sobre uma passadeira, a uma velocidade individual próxima do seu ritmo de competição para que o padrão de passada seja o mais natural e específico possível. Não requereu nenhuma preparação especial e depois de uma breve corrida de aquecimento, estava em condições para ser avaliado. Este sistema é o primeiro do mundo capaz de avaliar sem marcação de pontos, através da detecção automática com infravermelhos dos pontos articulares durante o movimento. Depois do aquecimento e em apenas 2 minutos de corrida para a gravação, o sistema permitiu a análise de marcadores de performance, movimento, e carga articular, com 60 parâmetros de análises bilaterais e segmentares.

Após a gravação, recebi de imediato um ficheiro vídeo mp4 do teste na caixa de correio electrónico, sendo possível rever-me a correr em câmara lenta em vários planos com imagem real, por vectores, ou representação virtual reconstruída do esqueleto. De seguida recebi um ficheiro com todos os gráficos e parâmetros de análise (VEJA AQUI).

Efectuei ainda o teste da pisada que permite uma impressão plantar térmica para definir o tipo de apoio estático do atleta, mais tarde considerado em eventuais desvios laterais detectados. Interessante pois fiquei a saber que o meu pé esquerdo tem mais 5mm de comprimento.

Mas o ponto alto deste teste estava a chegar com a discussão da avaliação biomecânica. Através do visionamento da gravação e análise dos parâmetros recolhidos, comparados com atletas considerados altamente eficientes e que fazem parte do próprio software Motionmetrix 3D, o Sérgio Santos demonstrou que exercícios complementares devia incluir nas rotinas de treino com vista à melhoria da minha técnica de corrida. Neste ponto está a principal diferença do que já conhecia neste tipo de testes e é o que de facto diferencia a Ontrisports.

Há que trabalhar os pontos fracos do atleta. Uma boa técnica de corrida garante performance e reduz o risco de lesões. 

Passado cerca de um mês de ter efectuado o teste e de ter incluído na minha rotina de treino os exercícios complementares, os resultados têm sido surpreendentes, quer em termos de força, quer em termos de menores dores musculares quando os treinos são de muita intensidade.

Entretanto, aproveitem para ler na próxima edição da PRO RUNNERS Magazine, o Teste Biomecânico da Passada e o Teste da Avaliação Metabólica (determinação dos limiares de lactato), recentemente levado a cabo na Ontrisports com o triatleta Rui Narigueta.

Até lá treinem com qualidade e bom regresso às corridas.

Ontrisports – Pavilhão Multiusos Rio Maior

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