Fui 3.º no meu escalão no Proença Cross Trail 2025.

Participei na prova Proença Cross Trail 2025 que decorreu de 19 a 21 de dezembro. Houve vários percursos, no qual fiz a de Endurance que esteve inserido no Campeonato Nacional de Trail Ultra Endurance época 2025/ 2026 e sua prova aberta, na partida contou com 149 atletas.

Foi a segunda prova de endurance que fiz e a única que acabei. Na partida às 7h da manhã o meu foco era chegar ao lugar que estava naquele momento da melhor maneira possível, com o objetivo de acabar o que me tinha proposto com a minha família.

Cheguei a Proença-a-nova às 20h30 a tempo de levantar o dito dorsal 2282, depois foi tempo de jantar uma massa com atum e ovos que trazia de casa, aprontar o material que levei para toda a prova e por fim dormir.

Depois de sete horas de sono, acordei às 5h00 para tomar o pequeno-almoço e voltei a descansar até às 6h00 para vestir-me e deslocar-me para a zona de partida com TUDO o que precisava para fazer os 98 km.

Dada a partida tinha comigo cerca de 3 kg, pois não contava com apoio nos abastecimentos, nem na DROPBAG, caminhei assim autónomo de início ao fim.

Senti logo no dois primeiros abastecimentos que perdi o contacto com os primeiros lugares devido a ter que parar para me reabastecer de líquidos, e tive de fazer um esforço para os conseguir voltar a reagrupar. Quando chegou a primeira subida com algum desnível por volta do km 26 quase a voltar a integrar com 4 atletas, não consegui juntar num espaço de 2km com o atraso do abastecimento do km 24, perdia cerca de 40 segundos.

Ir de forma auto-sustentável foi uma grande carga nesta longa distância, o peso que levava para conseguir alimentar-me fora os abastecimentos foi crucial e não podia abdicar da reserva alimentar que tinha de carregar para ter energia até ao fim, por isso tive de abrandar a subir, o desgaste do esforço podia ser determinante para o que ainda vinha.

No terceiro abastecimento, a equipa Trail da Amizade ajudou-me a encher os flash e deram energia positiva. Ia em 5.º lugar até chegar à DROPBAG. Tive de vestir o corta-vento e ingerir pela 1.ª vez sólidos, o tempo de paragem era tempo ganho, pois sem energia podia ser o meu fim. Só tinha em mente chegar ao pronto de partida, e comecei a sentir alguma fadiga na qual tive de me resguardar no ritmo que imponha, devido ao acumular principalmente do desnível que vinha a ser maior partir do km 63. Tentei manter um ritmo que achei possível levar em cada km, e quando começou a ficar luz fusco, a última luz do pôr de sol, cheguei às últimas estradas de alcatrão com as luzes das estradas já ligadas, já sentia a proximidade que tanto queria naquele momento.

Quando vi junto da meta, para minha surpresa ,a minha esposa e o meu filho que me enchem o coração, foi o culminar de um longo dia no meio da natureza! Durante alguns minutos parecia um sonho o que tinha acontecido durante 10h32’58!

Foi uma emoção gigante, e ainda consegui ser 3.º lugar do meu escalão etário! Cada vez mais gosto de percorrer os trilhos, foi uma experiência única e muito exigente.

Se voltar a fazer esta distância aprendi que tenho que ter apoio nos abastecimentos, é escusado carregar tudo sozinho, torna-se um esforço maior sem necessidade de acontecer, existindo essa possibilidade de ter apoio será mais fácil.

Parabéns à organização, de realçar a passagem pelos trilhos magníficos, pelo cuidado com a sua marcação e abastecimentos com intuito às necessidades fisiológicas.