APOPA apoia petição pela revogação da licença obrigatória da FPA

Atletismo
24 novembro 2025 4 min
Em causa está o pagamento de uma licença desportiva obrigatória para todos os participantes em provas de atletismo pagas, medida anunciada pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) para a época 2025/2026.

A APOPA – Associação Portuguesa dos Organizadores de Provas de Atletismo comunicou publicamente a sua total adesão e apoio à Petição submetida pelos Atletas Informais na Assembleia da República, que solicita a revogação da imposição de uma licença desportiva obrigatória para todos os participantes em provas de atletismo pagas, medida anunciada pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA) para a época 2025/2026.

No comunicado pode ler-se:

"A APOPA, que representa o universo dos organizadores de eventos desportivos populares, considera que a decisão da FPA é injustificada, desproporcionada e gravemente lesiva do interesse público, do movimento desportivo e da sustentabilidade dos eventos que organizamos.

A obrigatoriedade da chamada "Licença Federativa" ou "Filiação por um Dia", seja pelo custo de 2 € a 4 € por prova ou 31 € a 35 € por época, constitui um Triplo Obstáculo que a APOPA não pode aceitar:

  1. Constrangimento Contra a Constituição e a Liberdade Associativa
  • Tornar a participação em provas dependente da filiação numa associação privada (a FPA) viola o Artigo 46.º, n.º 3 da Constituição da República Portuguesa, que garante que "Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação nem ser coagido por qualquer meio a permanecer nela."
  • Esta é uma filiação coerciva, incompatível com os princípios democráticos e de liberdade de prática desportiva.
  1. Sobrecarga Financeira, Económica e Administrativa Injustificada
  • A medida introduz um encargo financeiro desnecessário para o cidadão, onerando o acesso à prática desportiva popular, especialmente para praticantes ocasionais ou de baixos rendimentos.
  • O argumento da Segurança é falacioso: a legislação nacional já obriga todos os organizadores (incluindo os nossos associados) a contratar seguros que cobrem todos os participantes, federados e não federados. O seguro federativo é uma duplicação de custos sem incremento real da segurança.
  • O argumento do Financiamento não pode ser justificado através de uma taxação obrigatória e generalizada da participação popular.
  1. Ameaça à Vitalidade e à Sustentabilidade dos Eventos
  • A medida ameaça a sobrevivência e a vitalidade do atletismo popular: arriscamo-nos a perder milhares de participantes, afetando a sustentabilidade de centenas de provas que dinamizam a economia local, promovem a saúde e reforçam a coesão social.
  • Contraria o espírito da Lei de Bases do Desporto (Lei n.º 5/2007), cujo objetivo é promover o acesso generalizado à atividade física.

A Nossa Posição e o Nosso Pedido

A APOPA reitera que o atletismo popular em Portugal é um fenómeno democrático, inclusivo e de acesso aberto. Não pode nem deve ser transformado numa atividade burocraticamente limitada e economicamente onerada.

Por tudo isto, a APOPA junta a sua voz à dos Atletas Informais e exige:

  1. A Revogação imediata da obrigatoriedade de licenças federativas ou de filiação associativa como condição de participação em provas desportivas populares.
  2. A Salvaguarda do direito constitucional dos cidadãos à prática desportiva livre, acessível e não discriminatória.
  3. A Promoção de Audições Públicas com todos os stakeholders – atletas, organizadores, autarquias e entidades locais – para construir soluções equilibradas e transparentes.

A APOPA insta a todos a intervirem rapidamente para proteger o interesse público, a liberdade desportiva e a sustentabilidade de um movimento que tem feito tanto pela saúde e bem-estar dos portugueses."

PR