Licença para correr está a caminho

Atualidade
25 março 2025 3 min
Na próxima época, cada participante de qualquer corrida em Portugal terá de adquirir uma licença junto da Federação, diária (três ou quatro euros) ou anual (36 euros).

A partir da próxima época, todos os participantes em corridas realizadas em Portugal terão de adquirir uma licença emitida pela Federação Portuguesa de Atletismo (FPA). Esta poderá ser diária — com um custo entre três a quatro euros — ou anual, por 36 euros, incluindo algumas vantagens adicionais.
A medida foi aprovada na última Assembleia Geral da FPA, realizada no Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo, nos Açores. Para além da aprovação unânime do Relatório de Atividades e Contas de 2024, foi também definido que todas as provas de corrida terão de ser legalizadas, independentemente da sua dimensão ou tipologia.

Domingos Castro, presidente da FPA, esclareceu que esta decisão não implica encargos para as organizações: “os organizadores não têm de nos dar nada. O que ficou aprovado é que todos os participantes, para correrem em qualquer prova, terão de adquirir uma licença junto da Federação. Pode ser válida por um dia ou por um ano”.

Segundo o dirigente, a licença diária custará três euros para atletas ou organizações que já possuam seguro. Caso contrário, custará quatro euros, valor que inclui o seguro fornecido pela FPA. Já a licença anual, no valor de 36 euros, oferece cobertura de seguro durante todo o ano, um cartão de desconto em combustíveis e, em negociação, um voucher de viagem associado a uma agência de viagens — com três empresas ainda em avaliação.

“Acreditamos que a versão anual é a mais vantajosa. A FPA quer garantir que todos os corredores estejam segurados diariamente e, com os benefícios associados, o valor acaba por compensar totalmente”, reforçou Domingos Castro, antigo medalhado mundial nos 5000 metros.
A aquisição da licença será feita através de uma plataforma digital da FPA, atualmente em desenvolvimento, que promete ser de utilização simples e acessível. A proposta partiu das associações de Setúbal e Braga e foi aprovada com cerca de 90% dos votos, estando prevista a sua implementação no início da época 2025/26.

Organizadores pedem diálogo

Apesar da proposta estar aprovada, os principais organizadores de provas aguardam esclarecimentos e defendem diálogo prévio.

Jorge Teixeira, da Runporto, responsável por eventos como a Maratona do Porto, sublinha a importância de ouvir os organizadores experientes: “Há quem organize com rigor e quem não o faça. Quem trabalha com seriedade deve ser ouvido pela Federação. Só depois podemos tirar conclusões”.

Na mesma linha, Carlos Móia, do Maratona Clube de Portugal, organizador da Maratona e da Meia Maratona de Lisboa, afirmou que aguardará por mais informações: “É fundamental perceber como esta medida será aplicada antes de nos pronunciarmos”.

Foto: Arquivo