Numa época em que as sapatilhas com placas de carbono são a referência para as elites do atletismo e para os atletas que têm muita «pedalada», faltava perceber o que fariam nos pés de um atleta com ritmos mais lentos.

Depois das Carbon X, a 2ª geração - agora designadas como Carbon X2 - de acordo com informação da HOKA ONE ONE, é essencialmente mais leve e com uma nova entressola mais macia em espuma CMEVA (presente nos modelos HOKA Clifton Edge e Rocket X), apresentando no geral um melhor amortecimento com mais estabilidade, mas sem prejudicar a sua já comprovada reactividade.

Com um visual agressivo e dinâmico, muito graças ao tacão em forma de “double tail”, parece dar a garantia de alta performance. A primeira sensação ao calçar-me foi o ajuste perfeito. A nova malha superior sem costuras e a nova língua da pala adaptam-se completamente ao pé garantindo o máximo conforto.

Tinha um treino regenerativo a um ritmo constante e que serviria para adaptar as Carbon X2 aos pés. Na realidade não senti quaisquer mais-valias, inclusivamente o piso em alcatrão era irregular pelo que senti alguma instabilidade. O teste a sério seria no dia seguinte com 10 séries de 400m a dar tudo e com recuperação de 100m a trote entre cada uma.

Numa estrada plana, com bom piso é altura de começar com 15’ de aquecimento. A sensação igual à da véspera, mas o facto de ter um piso liso eliminou a instabilidade sentida anteriormente e a passada fluiu bem melhor.

Seguiram-se 5 séries com sprints progressivos 20’’ e uma recuperação de 40’’, para alongar e estimular os músculos para o que aí vinha. Senti que algo tinha mudado na passada, mas a tarefa principal já colocaria tudo mais a limpo.

Então, veio a primeira, a segunda, a terceira e ... O QUE É ISTO? O tempo em cada série dava 2’’ a 3’’ menos que o habitual, quanto mais corria, mais as sapatilhas «puxavam» pelas pernas e até ao final, o dificil foi o cardio conseguir aguentar o ritmo a que estas novas HOKA X2 Carbon me obrigaram a correr. O arrefecimento de 15’ serviu para baixar a frequência cardíaca, a adrenalina e perceber que se tivesse menos uns anos até me poderia tornar um atleta a sério

Nota: O facto de terem uma placa de carbono, faz com que a sola seja mais reactiva, mas também tem mais impacto ao nível das articulações, o que pode não ser a melhor solução para quem tem problemas articulares ou para quem não tenha uma boa técnica de corrida e, apesar das HOKA CARBON X2 já terem um bom amortecimento, não deixam de ser bastante rígidas.

Afinal foi para isto que foram criadas:

• Atletas menos rápidos mas já com bons registos - Ritmos rápidos para corridas curtas em estrada (ou treinos de séries). Para melhorarem a sua velocidade e bater Recordes Pessoais
• Atletas mais rápidos e de elite – Todas as distâncias. Nestes atletas que têm uma boa técnica de corrida, são muito rápidas mas também autênticas devoradoras de km em pista ou estrada, até distâncias de Ultra-Maratonas.

Um mês depois do primeiro teste, já deu para perceber que consigo manter um ritmo elevado durante mais tempo e até o meu VO2 aumentou.

Haja pernas, coração e venham as corridas!

Amortecimento posterior – Médio (4/5)

Amortecimento anterior – Rígido (3/5)

Pressão no peito do pé – Suave (5/5)

Flexibilidade – Rígido (3/5)

Estabilidade – Média (4/5)

Tracção – Maior (5/5)

Peso - 274g/Nº46 (Masc.)

Drop- 5 mm (Masc.)

PVP – 180,00€

Não perca, na PRO RUNNERS #04 um artigo dedicado às placas de carbono, bem como sobre a tão falada regra 5 da World Athletics, para ficar a saber mais sobre este tema. Em breve nas bancas!

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