Hoka Carbon X 3: carbono para muitos quilómetros

Testes

9 junho 2022

Nino Raleiras experimentou as novas sapatilhas da Hoka e conta-nos tudo...

Pouco tempo após terem sido lançadas, no pré-pandémico ano de 2019, as Carbon X revelaram-se uma aposta certeira da Hoka, indo ao encontro dos desejos de um público ávido da “magia prometida” pelas sapatilhas com placas de carbono.

Nesta sua terceira versão, com o apropriado nome de Carbon X 3, a marca francesa apresenta como uma das suas principais novidades a aposta numa nova entressola, em espuma Profly X, que promete uma passada mais suave e um salto com maior retorno energético, aumentando o conforto e a durabilidade. A agressiva e tão elogiada Meta-Rocker (a curvatura da sola) e a responsiva placa de carbono não sofreram quaisquer alterações, permitindo aos corredores acumular mais km, a ritmos elevados, com a máxima eficiência.

A Hoka inovou igualmente no upper, desenhado para um melhor ajuste do pé, tendo em vista a melhoria da performance desportiva e construído, ou melhor será escrever tricotado, para ser mais respirável e resistente ao passar do tempo.

São, contudo, e num primeiro impacto, as suas cores irreverentes e modernas que mais chamam à atenção. As do modelo testado (e tive de ir ao site da marca para não falhar) são o amarelo radiante e a camélia, que, divididas longitudinalmente, não passam despercebidas a ninguém. Tal como não passa despercebido o tacão, ou crash pad, se preferirem, em forma de meia lua, desenhado com geometria SwallowTail, que permite absorver melhor os embates da passada, mas que aumenta o comprimento da sapatilha.

A largura da forma permitiu que os meus pés se sentissem aconchegados, mas não apertados, desde o primeiro momento. Não foi à primeira tentativa de aperto que consegui o bom ajuste do pé, que esteve na essência do novo desenho do upper, mas senti logo o conforto do seu tecido e, mais tarde, confirmei a sua incrível respirabilidade.

Tendo-as testado, maioritariamente, em alcatrão, fiz algumas incursões por pisos de terra e a sola permanece inalterada, sem marcas de uso.

Fui agradavelmente surpreendido tanto pela sua estabilidade, como pelo seu amortecimento, que me permitiram fazer treinos longos sem que as articulações sofressem com o impacto. A sola, propulsiva, vibrante, levou-me rapidamente ao ritmo de corrida e foi aí que senti o verdadeiro retorno de energia a cada passada dada.

Mostraram-se igualmente seguras e eficientes em ritmos mais baixos, o que as confirma como ideais para quem queira correr em provas ou treinos com muitos km, onde o conforto e o amortecimento são essenciais para ultrapassar a rigidez do carbono.

Em suma, as Carbon X 3 são divertidas e trazem estabilidade às longas distâncias, mas, para bater RP, não bastam as placas de carbono, há que treinar.