Diogo Mateus, mais conhecido por Irondad nas redes sociais, completou o desafio de 38 kms a nadar, mais 1.800 kms de bicicleta e mais 422 kms a correr de 21 de março a 19 de abril.

Foram 14 horas a nadar, 40 horas a correr e 70 horas a pedalar. Pouco mais de 4 horas de treino, todos os dias (na teoria).

Como começou? Quando abracei o Triatlo, em setembro de 2022, queria deixar um legado aos meus filhos. E foi assim que, em junho 2023, participei no meu primeiro Ironman, que consiste em nadar 3.8 kms, seguidos de 180 kms de bicicleta e mais 42.2 kms a correr (a distância de uma maratona).No final dessa prova várias pessoas vieram ter comigo a agradecer a inspiração que as fez também elas desafiarem-se a fazer mais. Percebi que tinha de continuar a desafiar-me e a desafiar mais pessoas.

Pensei: “Porque não fazer duas vezes esta distância?” E assim, comecei a treinar para o Duplo Ultra Triatlo Contínuo que vai acontecer a 27 de junho deste ano. Serão 7.6 kms a nadar, seguidos de 360 kms de bicicleta e mais 84.4 km a correr (a distância de duas maratonas), sem pausas. Mas no espaço de um ano, eu sabia que podia fazer mais. Falei com o meu treinador e decidimos fazer a distância do Deca Ultra Triatlo em 30 dias, que são dez vezes a distância que eu tinha feito em junho 2023.

E assim, surgiu este desafio dentro do Projeto Vencer que tem como objetivo inspirar, influenciar e desafiar qualquer pessoa a tornar-se mais ativa e saudável, física e mentalmente.

E perguntam vocês como foi fazer 10 vezes a distância do Ironman em 30 dias? Treinar longas horas sozinho, muitas delas cansado, sem vontade, com frio, chuva, vento ou calor, dificultou o objetivo, mas em cada treino que fazia, tornava-me numa pessoa mais resiliente e criativa perante os desafios do dia a dia (tive muito tempo para pensar). É impressionante como conseguimos transpor as dificuldades e as conquistas dos treinos, para a vida e para os negócios.

Porque o fiz? Quanto maior o desconforto, maior a superação. Quanto maior a superação, maior a inspiração. Acredito que o exemplo "arrasta". Se eu quero inspirar e influenciar, então preciso dar o exemplo. Não chega dizer "vai" e ficar na cama. É preciso "ir" também!

Num desafio destes, tudo é controlado ao pormenor. Desde alimentação, equipamentos de treino, tempo de descanso. Treinar 2 a 3 vezes por dia implica uma grande logística. Mais ainda com 2 filhos pequenos e sem tirar férias do trabalho. Neste processo, foi essencial definir blocos de atividades na minha agenda e contar com o apoio da minha namorada. Também em casa é crucial ter uma "equipa" que funcione e se comprometa. Foram várias as vezes que eu ouvi a minha namorada dizer: "bora lá, já falta pouco, eu faço isso…"

O equipamento era preparado de véspera e a primeira coisa que fazia assim que acordava era controlar o meu peso, visto que queimava mais de 4000 calorias por dia em treinos. Depois disso, tomava o primeiro pequeno almoço e preparava a comida para os treinos desse dia. Tentei sempre fazer refeições naturais, e variando todos os dias, para evitar enjoar.

Embora tenha passado muito tempo a treinar, consegui manter grande parte da minha rotina. Nunca faltei em levar os filhos à escola, almoçar com a minha namorada ou jantar em família. Para mim, a família está sempre em primeiro lugar. É super importante ter as "regras do jogo" bem claras desde o primeiro dia (o primeiro dia começou com o planeamento dos treinos e não com desafio). O que estamos ou não dispostos a abdicar e o que é preciso fazer para não falhar com o objetivo em questão, sem comprometer essas regras.

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A nível profissional, precisei ajustar alguns horários. Mas a compreensão e o apoio de todos os meus alunos e mentorados foi absolutamente incrível. Foram inúmeras as reuniões que fiz enquanto treinava, com o auricular no ouvido, na bicicleta ou a correr. Os meus grupos de trabalho nunca estiveram tão unidos, ajudando-se uns aos outros.

As minhas maiores motivações sempre foram o exemplo que quero ser para os meus filhos e a oportunidade de continuar um legado deixado pelo meu pai. Ele foi a pessoa mais resistente e lutadora que alguma vez conheci na vida. Mas sem dúvida que ter mais pessoas a participar neste desafio deu-me uma energia extra. Eu sabia que o objetivo estava a ser cumprido. Eu estava a conseguir chegar a mais pessoas e essas pessoas estavam a chegar ainda a mais pessoas!

Eu costumo dizer que tenho uma mente "blindada", fruto da experiência de vida passada essencialmente pelo meu pai, mas também dos meus tempos enquanto militar das forças armadas. Não tenho o melhor material, a melhor capacidade, nem as melhores condições. Não sou o mais rápido, nem o mais ágil, mas sou muito "teimoso" (persistente)… Tenho uma mente que me permite fazer o que eu quiser. E se eu consigo, qualquer pessoa consegue. Para isso acontecer, só precisam de ter um "porquê" maior que elas mesmas. Uma missão que, independentemente do que surgir no caminho, as faça continuar na luta.

A minha missão é clara: impactar e ajudar o maior número de pessoas. Agradeço por todo o apoio que recebi, de pessoas que nunca conheci, dos amigos que fiz e de toda a minha equipa que esteve sempre presente. Sem a minha equipa, era impossível, nem rápido, nem lento, nem de perto, nem tão longe…

Quanto ao próximo desafio, vai acontecer nos dias 27 e 28 de junho deste ano. Em breve darei mais pormenores. Fiquem atentos porque… Todos podem vencer!

Autores
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Diogo Mateus (Irondad)