Em parceria com a Revista Pro Runners Magazine, fica aqui um pequeno resumo na 1.ª pessoa desta enorme experiência.

Fui para esta prova com o sentimento que treinei minimamente bem para enfrentar tal distância. A partida aconteceu às 23h00 do dia 24 de fevereiro no centro de Condeixa-a-Nova com muito frio, clima na qual eu não me dou nada bem, mas nem isso me fez querer desistir.

Arranquei um pouco rápido, mas a sentir-me muito bem e como tal deixei fluir para ver até onde isto ia dar. Chego à base de vida em Santiago da Guarda aos 51km com média de ritmo 06´05km, e em 8.º da Geral e 1.º do escalão M45. 

Troquei de meias e sapatilhas, talvez um erro, pois as Hoka Tecton X estavam a fazer um trabalho magnífico, mas fiquei com receio que o conforto fosse ficar mau com o passar dos quilómetros. 

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A partir daqui começou outra prova, mais altimetria, partes mais técnicas, e o cansaço que trazia veio ao de cima, a “gasolina” durou 66km... depois foi um gerir até à meta de maneira a acabar mais uma Ultramaratona, objetivo conseguido, mas com uma sensação agridoce.

Quanto à prova em si... O partir durante a noite acaba por tirar a vista da beleza da prova... só a partir do nascer do sol é que começamos a ter a consciência do local por onde andamos. As paisagens lindíssimas faz com que os quilómetros passem muito mais rápido, mas o que tem de belo tem também de difícil, no entanto esta é uma prova que aconselho a todos aqueles que se querem superar nos 3 dígitos.

Foram 111km com cerca de 4200D+, com uma organização ímpar, sobre a qual nutro uma grande admiração. 

O simples fato de marcar um percurso com 111km leva a um trabalho por vezes inglório, visto muitas das fitas desaparecerem, o que faz com que alguns atletas percam o norte sobre onde andam. 

Bases de apoio e base de vida com voluntários sempre dispostos a ajudar quem chega, mesas postas onde nada faltava com sopa, chá, café, bolos, fruta, frutos secos, e muito mais coisas. 

Só me resta dar os parabéns à organização por nos proporcionar tal aventura em Terras de Sicó 

Estamos em constante aprendizagem: “Se não tentares nunca vais saber se consegues” 

Classificação:

26.º Geral 
4.º M45 
Tempo: 17h42m54s 

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Notas:

*Levo sempre a ideia de beber x água, x isotónico, ingerir x géis... mas depois tudo muda, com o passar dos km o corpo vai dando sinais. É aqui que tudo muda, o corpo pede outro tipo de alimentação. No meu caso, só consigo ingerir melão, melancia e coca-cola, ainda hoje ando à procura da comida ideal para este tipo de provas. 

*Particularidade de o Garmin Fenix 6 ter bloqueado ao km 34 e só ter dado sinais de vida perto do km 86, andei muito tempo às escuras e sem saber às quantas andava. 

*Utilizei os Hoka Tecton X, maravilha de calçado, resposta muito agressiva e um conforto muito bom até pelo menos aos 51km (numa próxima arrisco mais km com eles), depois o receio de avançar com os mesmos talvez me tenha feito perder a performance da corrida, mas não vale a pena lamentar. 

Autores
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Bruno Miguel Maia