Desta vez levei a camisola da Pro Runners Magazine à «minha» cidade para mais uma edição da Barreiro São Silvestre. Foi bom? Foi! Podia ter sido melhor? Podia...
Começou a época das São Silvestres e este ano decidi inscrever-me naquela que me é mais próxima, literalmente. É o terceiro ano que o Barreiro, cidade onde nasci e vivo atualmente, organiza esta prova e, agora que trabalho para uma revista de corrida e descobri que até gosto de correr, não podia deixar de apoiar esta iniciativa, uma vez que considero que é uma mais-valia para o município e para todos os barreirenses.
Não posso deixar de enaltecer a coragem de quem se propõem a organizar uma prova destas, pois sei que quer logisticamente, quer financeiramente não é fácil e que os apoios são poucos (ou nenhuns) e mesmo assim não desistem de meter a malta a mexer. É de louvar.
Esta São Silvestre é constituída por uma corrida de 10 km e uma caminhada de 7 km, ambas com partida e chegada na Rua Maputo, de onde tínhamos uma vista privilegiada sobre o rio Tejo, emoldurada pelo sol tímido que se punha quase ao mesmo tempo que iniciávamos a prova. Este ano foram mais de 600 as pessoas que quiseram fazer parte desta festa do desporto.
Nas informações que constavam no site das inscrições, a caminhada estava apontada para as 16h30 e a corrida para as 17h00, mas chegámos lá (sim, porque mais uma vez levei a minha trupe das corridas como podem ver na foto de abertura), reparámos que ainda estavam poucas pessoas e começamo-nos a questionar se teríamos visto o horário corretamente. A verdade é que vimos, mas alguma coisa se passou e afinal a caminhada ia partir poucos minutos depois da corrida e assim foi. Por volta das 17h05 lá estávamos nós a passar o pórtico da meta insuflável do Trilho Perdido em direção a um percurso plano e relativamente fácil de fazer, à exceção da ponte por cima da linha do comboio, que tivemos de descer e subir na volta, o que custou um bocadinho pois as pernas já levavam uns quilómetros em cima.
Apesar de me ter inscrito na caminhada, optei por fazer os 7 km a correr, com o objetivo não de competir, mas sim de me superar a mim própria, como sempre. Foi a distância mais longa que fiz a correr sem parar até agora, tendo apenas abrandado algumas vezes para beber água ou recuperar o fôlego naquela subida que vos falei ainda agora.
Um dos pontos que considero menos positivo foi o facto do percurso não estar assinalado. Foi recomendado para quem estava a fazer a caminhada seguir a pessoa que estava à frente, pois ela sabia o percurso, mas eu e o meu namorado como íamos a correr, não tínhamos nenhuma referência, apenas os atletas da corrida, que faziam mais 3 km que nós. Aconteceu que chegámos a certa altura não sabíamos para onde virar e uma pessoa da organização fez sinal para a direita, ou seja, induziu-nos em erro e acabámos por não fazer o percurso que estava destinado para a caminhada. Ao todo fizemos 8 km. Por isso deixo a sugestão para que nas próximas edições (que espero mesmo que aconteçam) assinalem com umas setas pelo menos a transição da corrida e caminhada.
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Chegámos à meta ao fim de uma hora de prova e lá esperava-nos uma medalha de participação, uma água e uma bola de manteiga, doce tipicamente conhecido do Barreiro, para recuperar energias e olhem que eu até não sou muito fã, mas «soube-me pela vidinha».
De modo geral posso dizer que gostei muito de participar na Barreiro São Silvestre, pois correr “em casa” tem um sabor especial e passar o dia a praticar desporto com quem mais gostamos faz toda a diferença.
É facto que a organização ainda tem muito que melhorar, mas acredito que a experiência vem com o tempo e que as coisas daqui para a frente vão correr cada vez melhor. Era importante que a Câmara Municipal do Barreiro desse apoio a este tipo de iniciativas e que mais empresas se envolvessem para conseguirmos uma prova com mais qualidade e dessa maneira trazer mais pessoas à cidade.
Da minha parte fica a promessa de continuar a apoiar estes eventos e de voltar para o ano, quem sabe para fazer os 10 km!
OS VENCEDORES
Masculinos
1.º André Costa (Casa do Benfica de Reguengos de Monsaraz) - 0:31:14
2.º João Bragadeste (Vitória Futebol Clube) - 0:31:36
3.º Bruno Santos (G.D.R da Reboleira) - 0:32:30
Femininos
1.ª Joana Fonseca (GFD Running) - 0:35:34
2.ª Kcénia Bougrova (Run Tejo) - 0:36:33
3.ª Sofia Jorge (A Natureza Ensina) - 0:40:30
Boas corridas!
Fotos: O Homem da Maratona / João Vieira