A PRO RUNNERS esteve à conversa com o mais recente vencedor da Lidl Corrida de Santo António. Como têm corrido as competições e quais os objetivos futuros foram alguns dos temas abordados com o atleta do Sport Lisboa e Benfica, embaixador da PUMA em Portugal.

Foi no passado dia 4 de junho, que a Lidl Corrida de Santo António regressou às ruas da cidade lisboeta e com ela regressou também Samuel Barata às vitórias, ao cortar a meta ao fim de 30m48s.

“É sempre bom competir em Lisboa, apesar de este ano ter sido um pouco diferente dos últimos, em que a prova decorria mais no centro da cidade e à noite. Nesta edição, a corrida realizou-se de manhã sob um dia espetacular, o percurso também foi muito bom e tudo isso fez com que a festa fosse bonita. Fico muito contente por participar numa prova que é apoiada por uma marca pela qual também sou patrocinado, que é o Lidl, e foi bom estar junto das pessoas e voltar a correr com a camisola do Benfica. Conseguir ganhar foi a cereja no topo do bolo”, confessou Samuel Barata, ele que é uma Lidl Star desde 2018.

No final do mês de abril, o atleta do Benfica também deu que falar, desta vez pela sua prestação na Maratona de Hamburgo, onde passou a ser o 10.º melhor atleta português de sempre na maratona, terminando a prova em 02:10.13 horas.

“Foi uma sensação que nem consigo explicar. Foi o culminar de três meses de trabalho árduo e um sentimento de dever cumprido e de ter conseguido correr a um nível em que acreditava que era capaz desde o início da preparação. Foi uma prova que correu sempre muito bem, desde o início que me ia a sentir bem, sabia que ia alcançar a marca mesmo que acontecesse alguma coisa que não estava prevista... e quando cheguei à meta e vi que consegui essa marca foi muito bom”, vincou.

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Entre fevereiro e abril deste ano, Samuel Barata também marcou presença na Meia Maratona de Barcelona e na Meia Maratona de Berlim, respetivamente, onde fez o mesmo tempo: 01:01.40 horas. Questionado de como é que se alcança essa proeza, bem-disposto, o atleta respondeu:

"É uma boa questão (risos). Foram provas diferentes... Na Meia de Barcelona, estava a correr muito mais rápido, mas na parte final foi muito penoso e acabei por dar o «estouro» nos últimos três quilómetros e por isso é que acabei em 01:01.40. Em Berlim foi ao contrário, a prova foi mais lenta e na parte final corri muito mais rápido, ainda sprintei para ver se conseguia bater o meu recorde pessoal, mas foi mesmo ali na mesma marca. Se me dissessem que isso ia acontecer, não acreditava", disse.

"Na altura foi um grande indicador, sobretudo em Berlim, porque faltavam três semanas para a Maratona e deu-me confiança para abordar os 42 km de outra maneira. Estou satisfeito. Futuramente vou voltar às Meias Maratonas e espero bater o meu recorde pessoal, o que não é fácil porque o nível está a ficar cada vez mais alto e tenho de treinar mais forte e melhor para ver se consigo bater essas marcas", prosseguiu.

O ano passado, Samuel Barata foi capa da edição n.º 9 da Pro Runners Magazine (que pode adquirir AQUI) e na entrevista referiu que após o falecimento do Prof. Pedro Rocha, não quis ter mais nenhum treinador. Atualmente ainda continua nesse registo, embora para provas específicas conte com a ajuda do treinador António Sousa.

"Para nos prepararmos para uma maratona, por exemplo, é preciso alguém que por vezes nos ajude na parte mais logística, dos abastecimentos, naqueles treinos mais longos, ter alguém que treino connosco bicicleta e nisso o António Sousa ajudou-me bastante, apesar de eu continuar a treinar por mim próprio e a fazer os meus próprios planos de treino", frisou.

"Fiz os resultados que fiz, mas tenho de reconhecer a ajuda do António e do meu grupo de treino que foi fundamental. Porque uma pessoa sozinha pode obter resultados, mas em grupo e com entreajuda pode chegar mais longe. Foi assim que aconteceu", referiu.

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Novo embaixador da PUMA em Portugal

Foi no início deste ano, que Samuel Barata anunciou a sua mais recente parceria com a PUMA. Apesar de considerar que esta foi uma “mudança muito boa e que o motivou a encarar novos objetivos”, o atleta confessa que ao início não foi fácil porque “foram muitos anos a usar produtos de outra marca, com os quais já estava muito habituado.” Contudo, o receio inicial rapidamente passou quando começou a usar sapatilhas e equipamentos PUMA.

Atualmente para competir, o atleta usa as sapatilhas Deviate Nitro Elite 2 e as Fast-R Nitro Elite. Já para o treino, a escolha recai sobre as Deviate Nitro 2.

"As sapatilhas da PUMA têm-me surpreendido muito. Do estilo de sapatilha, ao conforto que proporcionam foram uma agradável surpresa. Adaptei-me muito bem. Espero que a marca continue a inovar e a apostar em modelos de running, com materiais cada vez melhores para que nós, atletas, corramos mais rápido e sempre confortáveis", sublinhou, fazendo referência de seguida às mais-valias tanto das sapatilhas de prova, como as de treino.

"As de prova sobretudo são sapatilhas de placa de carbono que servem para correr rápido. As Deviate Nitro Elite 2 são indicadas para provas mais curtas, para pisos mais rápidos e as outras (Fast-R Nitro Elite) são para distâncias maiores, de 10 000 metros para cima... Estas até foram as sapatilhas que usei na Maratona, pois sinto-me muito bem a correr com elas."

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"Quanto às de treino, sinto que são muito confortáveis... a sola é feita de uma espuma em que a PUMA chama mesmo de Nitro, que é mais grossa e que dá um grande conforto às sapatilhas. Adaptam-se muito bem ao pé e eu adoro fazer quilómetros com elas. Fiz a minha preparação toda para a Maratona com estas sapatilhas e adorei, sobretudo porque não tenho dores, não fiquei com bolhas nos pés e para mim isso é uma mais-valia", frisou Samuel, que se sente muito feliz e orgulhoso por pertencer a esta família PUMA, ao lado de grandes nomes portugueses e internacionais.

"A marca apostou em mim e eu só tenho de agradecer e espero poder contribuir com resultados. O meu sucesso vai ser o sucesso da PUMA", enalteceu.

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O que se segue

Os treinos não param e o calendário competitivo ainda é longo. Samuel Barata prepara-se agora para fazer algumas provas para ganhar ritmo na pista e segue-se, em julho, o Campeonato Nacional de Clubes, no qual espera estar em forma para ajudar o Benfica a ganhar.

Depois de um período de descanso, que também é crucial, vai iniciar a preparação para mais uma Maratona, que será realizada no outono, mas que ainda não está definida qual vai ser. Nos seus planos estão também mais duas meias maratonas, com o objetivo de carimbar o passaporte para os Jogos Olímpicos Paris 2024, que é “o meu objetivo número um".

"A qualificação olímpica começa um ano e meio antes dos Jogos e já falta menos de um ano e meio, ou seja, todas estas marcas que tenho vindo a fazer já podem contar para a qualificação olímpica e neste momento ainda não tenho marca de qualificação direta que é 2h08.10, mas já estou muito próximo... basta correr agora uma maratona ao mesmo nível e em princípio estou dentro da quota e isso deixa-me super satisfeito", rematou o representante masculino da PUMA para o nosso país, à semelhança de Solange Jesus, atleta feminina que igualmente ambiciona uma presença olímpica.

Fotos: Afonso Simão 


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