Saiba porque é que deve conhecer o tipo de passada que tem e quais as sapatilhas que deve usar, para correr de forma confortável.

Sejamos ou não atletas, quando saímos para correr, precisamos de ter as condições ideais para o fazer. Assim como não usamos uma t-shirt que não nos serve ou umas calças apertadas, é também imprescindível saber exactamente quais as sapatilhas indicadas para o nosso tipo de corrida, para a nossa passada e, sobretudo, para o nosso pé.

Quando compra umas sapatilhas, é necessário que tenha em conta muito mais do que o tamanho do seu pé. Vai correr na estrada ou fora dela? Quantas vezes por semana? Quantos quilómetros corre habitualmente? A que velocidade? Tudo isto vai ter influência no conforto com que corre e, mais importante, na prevenção de eventuais lesões nas articulações.WhatsApp Image 2020-11-02 at 16.11.21 (2)

Na ASICS é possível fazer este teste, de forma gratuita, para perceber a angulação da sua pisada. Fernando Paíga, colaborador da marca, explicou à PRO RUNNERS como funciona esta máquina. O cliente “calça umas sapatilhas preparadas com dois pontos no tornozelo, que irão demonstrar, em vídeo, qual o movimento do tornozelo – pronação, supinação ou neutro. Depois, corre vinte a trinta segundos à velocidade em que se sente mais confortável, que normalmente varia entre os 8 e os 12 quilómetros por hora, consoante a experiência e, nós gravamos num tablet. O software permite identificar onde é feito o primeiro contacto do pé no chão, se pessoa corre com a ponta dos pés, se há angulação dos dedos, etc. É um mapa 3D do início ao final da passada”, explica.

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O relatório emitido pelo software proporciona uma análise minuciosa da passada, que vem permitir recomendar a sapatilha certa para cada pessoa. “Duas pessoas com a mesma passada, mas com tipos de corrida e objectivos diferentes, terão sapatilhas diferentes. Uma pessoa que corre em estrada precisa de um tipo de sapatilhas distintas de alguém que faz trail, assim como uma pessoa que treina 20 quilómetros quatro vezes por semana também não usa o mesmo modelo que alguém que corre duas vezes cinco quilómetros. Quem precisa de mais amortecimento e reactividade na sapatilha será utilizador de modelos de gama superior, com tecnologia mais avançada e materiais mais resistentes”, afirma Fernando Paíga.

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Prevenir e não curar

Encontrar o modelo de sapatilhas adequado ao pé e à passada não significa que a passada (supinadora ou pronadora) passe a ser neutra. “A passada é estrutural e a sapatilha corrige-a apenas enquanto está calçada, prevenindo movimentos repetitivos”, que mais tarde irão causar as dolorosas e indesejadas lesões. “Quando a base do prédio não é estável, todo ele abana, assim é o corpo humano. Quando os pés não têm estabilidade, todo o esqueleto sofre o impacto da corrida, quer seja nos tornozelos, joelhos ou ancas”, explica o colaborador.

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No entanto, ainda que esta seja uma tecnologia colocada ao dispor dos atletas de forma gratuita, no intuito de os ajudar, enquanto utilizadores, a perceber quais os modelos de sapatilhas mais indicados para si, não dispensa nunca a consulta de um podologista em primeiro lugar. “O que nós fazemos não é um diagnóstico, somos os primeiros a aconselhar uma ida ao médico caso percebamos que a situação assim o exige”, diz Fernando Paíga.

Assim, caso sinta dores nas articulações ou um desconforto demasiado grande a correr, é absolutamente fulcral que consulte um médico especialista que o possa ajudar a compreender as causas do problema.

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Nas imagens é possível ver o Front Runner da ASICS, Pedro Pereira, ele que fez o teste na loja do Centro Comercial do Colombo. “É muito comum os Front Runners da marca virem fazer o teste quando sai um modelo novo, como é o caso da família Blast. Na passadeira conseguem perceber a ajuda que a sapatilha pode dar à passada e, agora também, à postura, pois com o novo software também já conseguimos ver se a pessoa coloca o tronco para a frente, o que se traduz na perda de aerodinâmica e, consequentemente, de tempo”.

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Autores
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Cátia Mogo